04/06/2024
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Leitura: 9 min

Gerenciamento de risco de investimentos: importância e como fazer

A complexidade do mundo econômico globalizado e as incertezas do mercado fazem com que empresas naveguem em cenários cada vez mais desafiadores, ressaltando o papel-chave do gerenciamento de risco e urgência na adoção de estratégias para proteger seus ativos.

O gerenciamento de risco de investimentos é mais um componente crucial para a sustentabilidade e o crescimento contínuo das organizações.

Com essa abordagem proativa, a empresa pode mitigar prejuízos, prever cenários e, inclusive, potencializar o retorno de seus ativos.

Neste artigo, vamos explorar o conceito, o papel e a prática do gerenciamento de risco de investimentos para as empresas.

Destacaremos sua relevância para a gestão financeira e para ajudar empreendimentos a estabelecer bases sólidas que os capacitem a prosperarem mesmo em ambientes econômicos incertos. Acompanhe!

O que é gerenciamento de risco?

O gerenciamento de risco refere-se ao processo de identificação, avaliação e controle dos diversos tipos de riscos que uma organização pode enfrentar em seus empreendimentos.

Isso, levando em consideração as características específicas do setor e ambiente operacional.

Esses riscos podem envolver fatores financeiros, operacionais, estratégicos, regulatórios, tecnológicos, ambientais e outros.

O objetivo principal do gerenciamento de risco é minimizar as potenciais perdas e maximizar as oportunidades, garantindo a sustentabilidade e a continuidade dos negócios.

Para tal, são implementadas práticas, políticas, tecnologia e infraestrutura.

A partir desse ponto, são traçados planos e estratégias para proteger o patrimônio da empresa.

Essa prática é uma aliada essencial em diversos setores, visando proteger os ativos, otimizar as oportunidades e promover a resiliência organizacional diante das incertezas do ambiente de negócios.

Qual a importância do gerenciamento de riscos?

O gerenciamento de riscos de investimentos é uma área estratégica nas organizações, proporcionando uma série de benefícios essenciais para o sucesso no longo prazo. Confira a seguir algumas das razões que destacam a importância dessa abordagem.

Protege ativos e o patrimônio do negócio

O gerenciamento de riscos de investimentos é uma estratégia em que a empresa assume uma abordagem proativa para proteger seu patrimônio, fazer negociações mais seguras, identificar e mitigar ameaças potenciais aos ativos e recursos da organização.

Logo, essa prática contribui para evitar perdas e prejuízos significativos que poderiam comprometer a estabilidade financeira e operacional da empresa.

Reforça a sustentabilidade financeira

Ao identificar e gerenciar proativamente os riscos financeiros, as organizações podem minimizar impactos adversos em suas finanças, o que é particularmente crucial em períodos de instabilidade econômica, permitindo que a empresa mantenha a capacidade de investimento.

Ter uma estratégia estruturada para gestão de ativos e riscos também colabora para que a empresa faça menos negociações e mais movimentos bem pensados e arquitetados.

Essa manobra não somente reduz possíveis ameaças como ajuda a tornar as operações mais eficientes e menos custosas.

Melhora a tomada de decisão

Definitivamente, o conhecimento aprofundado do mercado, de indicadores e dos riscos potenciais permite uma tomada de decisão mais informada e estratégica.

As organizações podem antecipar desafios, avaliar as oportunidades e ajustar suas estratégias de acordo, promovendo uma gestão de investimentos mais eficiente.

Ao mesmo tempo, com o auxílio de dados, empresas podem analisar os tipos de ativos a serem evitados, bem como os mais vantajosos para o seu negócio.

Garante conformidade e governança

O gerenciamento de riscos auxilia as empresas a cumprir regulamentações e normas governamentais, garantindo que operem dentro dos limites legais e éticos.

Além disso, contribui para o fortalecimento das práticas de governança corporativa, de modo a promover mais transparência e responsabilidade.

Promove resiliência

As organizações que implementam práticas eficazes de gerenciamento de riscos de investimentos estão mais bem preparadas para lidar com situações adversas e desafios inesperados.

Como sabemos, tudo pode mudar no mercado e no universo dos investimentos, por vezes de forma muito repentina e causando impactos significativos.

Estar ciente e ter um plano para lidar com esses aspectos promove a resiliência organizacional, permitindo que a empresa se recupere rapidamente de eventos disruptivos e também desenvolvam formas de ter mais previsibilidade de cenários.

Cria valor

Um bom gerenciamento de riscos de investimentos não apenas protege contra perdas, mas também agrega valor às operações.

Ao identificar e aproveitar oportunidades de forma controlada, as organizações podem melhorar seu desempenho e alcançar objetivos estratégicos, contribuindo para o crescimento sustentável.

Gera maior confiança

A gestão efetiva de riscos de investimentos inspira confiança entre os stakeholders, como acionistas, clientes, parceiros e colaboradores. Isso é essencial para manter relacionamentos sólidos e positivos, contribuindo para a reputação e a imagem da empresa.

Tipos de riscos de investimentos

Os riscos, além de ameaçar a performance e rendimento de ativos, ainda são variados. Existem diferentes tipos de riscos quando se fala de investimentos, cada um com suas características específicas e também maneiras mais inteligentes de serem abordados e mitigados.

Conheça, a seguir, os tipos mais comuns.

Risco de mercado

O risco de mercado refere-se à possibilidade de perdas devido a movimentos desfavoráveis nos mercados financeiros, como variações nas taxas de juros, oscilações cambiais, flutuações nos preços de ações e commodities.

Risco de crédito

Esse tipo de risco está relacionado à probabilidade de que uma parte envolvida no investimento não cumpra suas obrigações financeiras, resultando em perdas para o investidor. Isso redobra a atenção de elaborar táticas que aumentem a confiabilidade dos ativos.

Risco de liquidez

O risco de liquidez está ligado à dificuldade de comprar ou vender um ativo sem causar impacto significativo em seu preço.

Ou seja, de conseguir transformar ativos em algo rentável no momento em que o capital se torna necessário.

Como resultado, investimentos menos líquidos podem apresentar desafios na conversão em dinheiro. Por isso, é complicado contar com eles em uma situação de emergência.

Risco operacional

O risco operacional envolve possíveis falhas internas nos processos, sistemas, pessoas ou eventos externos que podem causar perdas para a organização.

Por exemplo, podemos considerar nesses casos erros de tecnologia, imprevistos, problemas de gestão ou até mesmo casos de fraude.

Como fazer um bom gerenciamento de riscos?

Para fazer um bom gerenciamento de riscos é essencial:

Acompanhar o mercado financeiro

É essencial manter-se informado sobre as condições do mercado, notícias econômicas e eventos globais que possam impactar os ativos em que a empresa investe.

Fazer análises técnicas e fundamentalistas para compreender melhor as tendências do mercado e fundamentos das empresas é essencial.

Definir o nível de tolerância ao risco

Toda empresa tem uma estratégia financeira no que diz respeito a seus ativos, logo, assim como as pessoas que investem, existe um perfil que norteia suas iniciativas.

Esse perfil considera a capacidade financeira, objetivos de curto, médio e longo prazo, além da aversão ao risco. Existem três tipos principais:

  • conservador: é o perfil que tem maior aversão ao risco e, portanto, busca ativos e aplicações que oferecem mais segurança;
  • moderado: é uma posição de meio-termo, que preza pela segurança, mas aceita assumir ativos que possam ter um potencial de alta rentabilidade mesmo apresentando algum nível de risco;
  • agressivo ou arrojado: é uma abordagem que aceita assumir mais riscos e a possibilidade de perder em troca de uma carteira com ativos que apresentam altas chances de lucros.

Definir limites claros para a quantidade de risco que o negócio está disposto a coordenar em sua carteira, alinhada aos objetivos financeiros, é importante para uma abordagem inteligente de ameaças.

Criar estratégias de prevenção

Após analisar o perfil e objetivos, pense em estratégias que possam ajudar a mitigar riscos. A diversificação de portfólio é um exemplo.

A empresa pode escolher distribuir seus investimentos em diferentes classes de ativos e setores para reduzir o impacto negativo de eventos específicos.

Além disso, o uso de instrumentos financeiros derivativos e o hedge — uma tática que colabora para reduzir a exposição de ativos a oscilações — são soluções que podem ser cogitadas.

A ideia é analisar todas as possibilidades de estabelecer um conjunto de regras que vão conduzir os investimentos, tendo em mente um equilíbrio entre o risco e o retorno.

Por exemplo, uma prática do mercado é operar com o stop loss (traduzido literalmente, “parar a perda”), que é um mecanismo no qual um ativo é vendido automaticamente no momento em que ele atinge um limite de perda.

Para tal, os gestores avaliam os limites e fazem essa programação com antecedência, e as regras são ativadas caso alguma mudança no cenário aconteça.

Respeitar a volatilidade dos ativos

Realizar uma análise de volatilidade é um passo importante para não subestimar riscos e, muito menos, ter uma expectativa irreal de retorno. Isso envolve compreender as oscilações históricas e o potencial dos ativos para antecipar movimentos de preço.

Com isso, pode-se fazer ajustes assertivos na alocação. Em períodos de maior volatilidade, faça mudanças na distribuição de ativos para refletir o perfil de risco corporativo e proteger a carteira.

Contar com o apoio da tecnologia

Quando o assunto é gerenciamento de risco de investimentos, a tomada de decisão é um ponto focal. Isso ocorre porque muitos movimentos nesse cenário dependem de uma série de fatores que precisam ser analisados de perto para a criação de boas estratégias.

Atualmente, empresas podem contar com dados para potencializar os resultados de suas análises e gestão de ativos.

Utilizar plataformas para gestão de investimentos é uma solução que dá à empresa acesso a ferramentas avançadas para monitorar e analisar a carteira, compilando e registrando os históricos de cada operação.

Isso fornece mais controle e visibilidade dos investimentos, favorecendo um gerenciamento mais holístico, cauteloso e informado dos próximos passos.

Esse registro detalhado das operações, com o suporte de um software, armazena as entradas, saídas e razões para as decisões tomadas. Assim, após cada operação, é possível avaliar os resultados e aprender com as experiências para ajustar estratégias futuras.

Da mesma maneira, os relatórios avançados, mapeamento e consulta de indicadores possibilitam que revisões periódicas da estratégia sejam realizadas de forma regular.

Isso permite que ajustes sejam feitos conforme as condições do mercado, objetivos financeiros, políticas e regras internas, etc.

Um gerenciamento de riscos eficiente é fundamental para a preservação de investimentos em um cenário financeiro dinâmico e desafiador.

A vigilância constante do mercado, com o suporte da inteligência de dados e da tecnologia, proporciona uma base sólida para decisões informadas.

Com base nas análises de perfil, criação de estratégias preventivas e elaboração de políticas para gestão de ativos, é possível fortalecer a resiliência e a adaptabilidade diante de cenários adversos e voláteis.

Com boas práticas e tecnologia, empresas podem implementar estratégias avançadas de gerenciamento de risco de investimentos, protegendo seus ativos e, ao mesmo tempo, criando uma base sólida para o crescimento contínuo.

Então, se você está em busca de uma ferramenta que possa atuar como um alicerce para sua gestão de riscos, oferecendo confiança e visibilidade, conte com o software para a gestão de risco de investimento da Dimensa.

Nossa solução potencializa a análise do nível de risco e assertividade das decisões ao oferecer uma plataforma robusta que consulta e mensura automaticamente mais de 40 indicadores de mercado, que pode ser ajustado conforme o conjunto de regras da sua instituição.

Com a plataforma da Dimensa, é possível fazer análises de risco detalhadas, simulações e stress test, correlações de investimentos, personalizar gráficos e muito mais em um dashboard consolidado.

Conheça nossa solução, fale com nossos especialistas e saiba mais sobre esse software para gestão completa de riscos em conexão com a B3.

Em resumo

O que é gerenciamento de risco?

O gerenciamento de risco refere-se ao processo de identificação, avaliação e controle dos diversos tipos de riscos que uma organização pode enfrentar em seus empreendimentos.

Seu principal objetivo é minimizar as potenciais perdas e maximizar as oportunidades, garantindo a sustentabilidade e a continuidade dos negócios.

Quais são os principais tipos de risco de investimentos?

  • risco de mercado;
  • risco de crédito;
  • risco de liquidez;
  • risco operacional.

Qual a importância do gerenciamento de riscos?

  • protege ativos e o patrimônio do negócio;
  • reforça a sustentabilidade financeira;
  • permite tomadas de decisão mais informadas e estratégicas;
  • garante conformidade e governança;
  • promove resiliência e adaptabilidade diante de mudanças no mercado;
  • agrega mais valor às operações;
  • gera maior confiança entre os stakeholders.

crédito da imagem: Freepik

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