O compliance financeiro pode ser comparado com um médico de família: ambos visam principalmente a prevenção de problemas antes que eles se agravem. Para isso, cada um monitora de perto as condições financeiras da empresa ou a saúde dos pacientes.
Além disso, tanto o compliance financeiro quanto o médico de família contam com diretrizes e procedimentos para garantir a conformidade com padrões e regulamentos.
Outra semelhança é que ambos são essenciais na educação e conscientização. Afinal, é função deles orientar empresas e pacientes sobre os riscos potenciais e medidas preventivas adequadas.
Então, quer entender mais sobre o compliance financeiro nas organizações? Continue a leitura!
O que é compliance financeiro?
Compliance financeiro é o conjunto de práticas adotadas por uma empresa para garantir que suas atividades financeiras sigam as:
- leis;
- regulamentos internos e externos;
- padrões éticos;
- boas práticas de governança corporativa.
Assim, as práticas de compliance podem incluir monitorar transações financeiras e processos de aprovação de orçamentos, além de verificar se as operações foram autorizadas e pagas.
Por exemplo, imagine uma corporação que lida com inúmeras transações financeiras diariamente. O departamento de compliance financeiro pode definir processos claros para revisar e aprovar cada transação, garantindo cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis.
Logo, os procedimentos adotados podem incluir a confirmação de que os pagamentos são feitos a fornecedores confiáveis. Com isso, é possível prevenir:
- fraudes;
- irregularidades;
- riscos financeiros.
Qual é a importância do compliance financeiro?
Prevenção de riscos legais
As práticas adotadas pelo departamento de compliance financeiro garantem que a empresa esteja de acordo com as leis e regulamentos financeiros. Isso evita multas, processos judiciais e outras penalidades.
Proteção da reputação
Promove uma cultura de integridade e transparência, construindo a confiança dos clientes, investidores e outras partes interessadas na empresa.
Redução de fraudes e irregularidades
Também implementa controles internos e procedimentos para identificar e prevenir atividades fraudulentas ou questionáveis, protegendo os ativos da empresa.
Melhoria da eficiência operacional
Ter processos claros e eficazes para as atividades financeiras aumenta a eficiência e reduz o desperdício de recursos.
Facilitação de investimentos
A corporação fica mais atraente para investidores e parceiros comerciais com o compliance financeiro, uma vez que demonstra um compromisso sólido com a honestidade, a clareza e a aderência às leis.
Esses benefícios reduzem os riscos associados ao investimento ou à colaboração comercial e aumentam a confiança nas operações e na gestão da empresa.
Mitigação de riscos financeiros
O compliance identifica e gerencia proativamente os riscos financeiros. Dessa maneira, ele auxilia o negócio a se adaptar às mudanças no ambiente econômico e reduzir a exposição a perdas financeiras.
Quais são os benefícios do compliance financeiro?
Melhoria da tomada de decisão
Ao implementar práticas de compliance financeiro, as empresas podem acessar dados mais precisos e confiáveis. Isso é benéfico por auxiliar os líderes a tomar decisões estratégicas embasadas em informações densas e atualizadas.
Por exemplo, é possível instalar sistemas automatizados de monitoramento de transações financeiras. Estes registram todas as transações em tempo real e aplicam algoritmos avançados para detectar padrões incomuns ou atividades suspeitas, como fraudes.
Atração e retenção de talentos
Empresas que valorizam a conformidade e a ética nos negócios tendem a atrair e reter profissionais talentosos que compartilham esses valores. Dessa forma, ela cria uma cultura organizacional mais forte e coesa.
Redução de custos
O investimento inicial em programas de compliance financeiro ajuda a reduzir os custos associados a multas, litígios e perdas financeiras decorrentes de práticas não éticas.
Fortalecimento das relações com fornecedores e parceiros
Empresas que mantêm altos padrões de conformidade financeira são vistas como parceiras confiáveis e de baixo risco por fornecedores e aliados comerciais. Consequentemente, isso pode resultar em melhores condições de negociação e parcerias mais sólidas.
Qual é a relação do compliance e da gestão de riscos?
O compliance e a gestão de riscos são áreas complementares, trabalhando juntas para fortalecer a governança corporativa e proteger os interesses da empresa. Entenda:
Identificação de riscos
A gestão de riscos é responsável por identificar e avaliar os riscos corporativos, como:
- fraudes;
- falhas operacionais;
- eventos externos imprevistos;
- incertezas nos mercados financeiros.
Já o compliance contribui para esse processo fornecendo informações sobre os requisitos legais, regulatórios e éticos que a empresa deve cumprir.
Dessa forma, ajuda a gestão de riscos a entender melhor os potenciais resultados negativos do descumprimento das leis e regulamentos.
Avaliação de riscos
Uma vez identificados, os riscos precisam ser avaliados quanto à probabilidade de ocorrência e impacto nos objetivos da empresa.
Logo, o compliance fornece insights sobre a gravidade das consequências e regulatórias associadas a cada risco. Com isso, ele ajuda a gestão de riscos a priorizar suas atividades e recursos.
Minimização de riscos
Após avaliar os riscos, a gestão de riscos desenvolve e implementa estratégias para minimizar ou gerenciar esses riscos eficazmente.
Já o compliance regulatório cria estratégias, fornecendo orientações sobre como cumprir as leis e regulamentos aplicáveis e reduzir sua exposição a riscos legais.
Monitoramento e controle
Tanto o compliance quanto a gestão de riscos fazem o monitoramento contínuo das atividades corporativas. O objetivo é garantir que os controles adequados estejam em vigor e os riscos sejam bem gerenciados.
Para isso, o compliance verifica se as políticas e procedimentos são seguidos corretamente. Já a gestão de riscos acompanha a eficácia das medidas e faz ajustes conforme necessário.
Quais são as consequências da não conformidade?
Multas e penalidades
As autoridades reguladoras podem multar a empresa por descumprir as leis e regulamentos vigentes, gerando um ônus financeiro significativo e prejudicando a saúde financeira do negócio.
Por exemplo, se uma instituição financeira descumprir os requisitos de relatórios obrigatórios impostos, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ela pode ser multada.
Reputação prejudicada
A não conformidade pode manchar a reputação da empresa perante seus clientes, investidores e outras partes interessadas. Consequentemente, isso afeta a confiança do mercado e a imagem da empresa, prejudicando suas relações comerciais e oportunidades futuras.
Litígios e processos legais
A empresa pode ser exposta a litígios e processos legais por parte de clientes, fornecedores, funcionários ou outras partes afetadas se não cumprir as regras. Esses litígios trazem custos legais significativos e danos à reputação da empresa.
Perda de licenças e autorizações
Em alguns casos, a desconformidade grave pode revogar licenças comerciais ou autorizações governamentais necessárias para operar. Isso tende a interromper as operações do negócio e prejudicar sua capacidade de gerar receita.
Perda de oportunidades de negócios
A reputação negativa e os problemas legais resultantes da não conformidade podem afastar potenciais clientes, investidores e parceiros comerciais. Assim, isso tende a diminuir as oportunidades de crescimento e expansão da corporação no mercado.
Danos financeiros e operacionais
Não seguir as leis e os regulamentos costuma trazer perdas financeiras diretas, como custos de multas e penalidades. Ainda, custos indiretos associados à:
- interrupção das operações;
- reparação de danos;
- compensações a terceiros afetados.
Como implementar o compliance financeiro?
Implementar o compliance financeiro requer uma abordagem cuidadosa e sistemática. A seguir, confira alguns passos fundamentais:
Avaliação de riscos
Comece identificando e avaliando os riscos que a empresa enfrenta. Isso envolve analisar as leis, regulamentos e padrões éticos relevantes para o setor da empresa. Além disso, confira os processos existentes que podem estar em risco de não conformidade.
Desenvolvimento de políticas e procedimentos
Com base na avaliação, desenvolva políticas e procedimentos claros para garantir a adesão às leis e regulamentos aplicáveis. Isso pode incluir políticas para prevenir:
- fraudes;
- lavagem de dinheiro;
- conflitos de interesse.
Treinamento e conscientização
Eduque os funcionários sobre as políticas e procedimentos de compliance financeiro e a importância da concordância. O treinamento deve ser contínuo e cobrir todos os níveis da corporação, desde a alta administração até os funcionários de nível operacional.
Implementação de controles internos
Estabeleça controles internos eficazes para monitorar e garantir o respeito às políticas e procedimentos de compliance financeiro. Isso pode incluir:
- controles de acesso;
- revisões regulares de transações financeiras;
- auditorias internas e externas.
Auditorias e monitoramento
Faça auditorias regulares para avaliar a eficácia dos controles internos e garantir que a empresa respeite as leis e regulamentos. Além disso, monitore continuamente as atividades financeiras corporativas para identificar e corrigir quaisquer problemas de não conformidade.
Atualização e adaptação
Se atualize sobre as mudanças nas leis, regulamentos e melhores práticas, e adapte as políticas e procedimentos da empresa quando necessário. Afinal, o compliance financeiro deve ser um processo dinâmico e em constante evolução para acompanhar as mudanças.
O uso de tecnologia é essencial para acompanhar essas atualizações, como as exigências da IFRS 9, que impactam diretamente a contabilidade de instrumentos financeiros.
Com o compliance 3.0, sistemas automatizados monitoram e implementam mudanças regulatórias de forma mais ágil e precisa, garantindo que a empresa esteja sempre em conformidade com as normas vigentes e reduzindo o risco de não conformidade ou penalidades associadas.
Comprometimento da liderança
A alta administração do negócio deve demonstrar um compromisso com o compliance financeiro e criar uma cultura organizacional que valorize a integridade, a ética e a aderência.
Ou seja, a liderança precisa servir de exemplo e promover um clima de responsabilidade e transparência em toda a empresa.
Qual é o papel da tecnologia na gestão de compliance?
A tecnologia é fundamental na gestão de compliance ao fornecer ferramentas e soluções que facilitam e aprimoram os processos. Saiba mais!
Automação de processos
Os recursos tecnológicos automatizam muitos processos relacionados ao compliance, como:
- monitoramento de transações;
- monitoramento de regulamentações/normativas;
- coleta e análise de dados;
- geração de relatórios;
- notificações automáticas.
Isso aumenta a eficiência e a precisão das operações de compliance, reduzindo o tempo e os recursos necessários para realizar tarefas manualmente.
Por exemplo, uma empresa pode usar contratos inteligentes baseados em blockchain ao longo de sua cadeia de fornecimento.
Então, cada etapa do processo, desde a produção até a entrega final, é registrada de forma imutável e transparente. Dessa maneira, os produtos são produzidos segundo os padrões éticos e regulamentares, como práticas trabalhistas justas e sustentabilidade ambiental.
Gestão de dados
A tecnologia possibilita a coleta, armazenamento e análise eficientes de grandes volumes de dados relacionados ao compliance, como informações financeiras, regulatórias e de cumprimento.
Assim, fica mais fácil identificar padrões, tendências e áreas de risco, facilitando a tomada de decisões informadas e proativas.
Monitoramento e rastreamento
As soluções tecnológicas podem ser usadas para monitorar continuamente as atividades empresariais em busca de possíveis violações de adesão.
É o caso do monitoramento de transações financeiras, comunicações eletrônicas e atividades de funcionários para identificar comportamentos suspeitos ou fora da conformidade.
Por exemplo, existem soluções tecnológicas, como inteligência artificial e automação, que monitoram constantemente as mudanças nas leis e regulamentos.
Algumas vasculham mais de 55 fontes regulatórias no Brasil e no exterior, incluindo órgãos como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários.
Gestão de políticas e procedimentos
A tecnologia é útil para gerenciar e distribuir políticas e procedimentos de compliance com eficiência em toda a organização.
Por exemplo, a criação de portais online em que os funcionários podem acessar facilmente as políticas relevantes, concluir treinamentos e certificações, e relatar violações de concordância.
Análise de riscos
A tecnologia permite realizar análises avançadas de riscos, utilizando algoritmos e modelos preditivos para identificar e avaliar ameaças potenciais à conformidade. Isso ajuda as corporações a priorizar seus esforços de compliance e alocar recursos com mais eficiência.
Como você acompanhou, o compliance financeiro assegura que uma empresa opere de maneira íntegra, transparente e seguindo as leis e regulamentos. Logo, implementá-lo é uma estratégia valiosa para o sucesso do negócio a longo prazo.
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